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O que faz Trump este Domingo?
Entra Paul Manafort , o homem do chamado establishment que Trump trouxe
para a campanha e que, tendo sido inicialmente responsável pela angariação de
delegados em caso de uma convenção disputada, funciona como o ponto de contacto
da Campanha com a liderança republicana, a nível nacional e estadual, e é o porta
voz informal de Trump com a mesma.
Paul Manafort, na entrevista concedida a Chris Wallace , não ataca o
Speaker uma única vez, acentua o tom concilidador e de unidade, quase diz
compreender as razões da nega de apoio de Paul Ryan e diz que todos têm como
objectivo comum a união do partido Republicano para vencer a eleição geral.
Note-se que sempre que Chris Wallace tentou atiçar Manfort contra Trump, este
fugiu à questão, acentuando o registo de contenção e de optimismo numa
breve reconciliaçao.
Na mesma hora que Manafort fala, a campanha Trump põe Sarah Palin no State
of the Union da CNN, a falar com Jake Tapper sobre o mesmo assunto.
Os especialistas do costume, seguindo bem o bater do bombo dos democratas e
da esquerda cá do burgo, fazem ponto em minimizar sempre Sarah Palin, ao ponto
do insulto; “não é mais uma prova da
boçalidade do Donald Trump ter pedido e conseguido o apoio de Palin antes das eleições
primárias”?!
Trump reconheceu há muito (a aliança politica informal de ambos data há
mais de 4 anos) que Palin não é só uma conduta do voto conservador e Tea Party,
como é das poucas figuras de proa a nível nacional, cuja reputação (quase)
intacta junto desse eleitorado, que influencia corridas a nível estadual (governação
do estado a vários níveis e, acima de tudo, para o Senado e Câmara dos
Representantes).
O apoio desta senhora é dos mais desejados pelos candidatos republicanos,
sejam conservadores ou moderados, já que o mesmo pode representar a diferença
entre vitoria e derrota.
Nao esquecer que Palin, apesar de ter apoiado Donald Trump, fala a título individual e não tem qualquer papel
formal na campanha, ao contrario de, por exemplo Ben Carson e Chris
Christie.
Nao sejamos ingénuos: tudo o que ela diz publicamente é previamente
acordado com a campanha, o mais provável com Donald Trump directamente.
E o que vem a senhora dizer exactamente? Muito simples: faz uma declaraçao
de guerra! Paul Ryan é um candidato com a corda na garganta e que vai perder as
eleições primarias em Agosto do seu lugar no Congresso para Paul Nehlen, o
declarado pretendente ao cargo
Palin declarou o seu apoio claro a Nehlan e diz com todos os dentes que o
Líder Republicano ainda não entendeu a frustração do eleitorado e que vai pagar
caro a audácia de não apoiar Trump com a perda do cargo de Speaker, por via da
derrota primaria, e a respectiva carreira poítica.
Trump, de facto, não facilita e, como tem vindo a ser seu apanágio, a
resposta a quem o afronta e brutal e decisiva: Paul Ryan, esta a ser pintado
como o líder elitista que não respeita a vontade democrática; tendo já um forte
opositor contra si apoiado pelo Tea Party e Palin, corre o risco de ter ainda
por cima o candidato republicano a presidência a apoiar o seu opositor, e quiçá
a fazer campanha contra si no Wiscosin, o que seria desastroso para o Speaker.
A ultima ameaça é sub-entendida e é vinculada por um elemento não oficial
da campanha. Nao seria de admirar que Trump de distancie esta semana "formalmente" desta declaraçao de Palin…
Quando se espera que Trump e Ryan se reúnam esta semana para discutir uma
plataforma de entendimento, Trump faz questão de encostar o Speaker contra as
cordas e de lhe por pressão total com vista a fazer este ceder o máximo
possível num previsivel acordo entre ambos.
Na mesma altura, estava Trump a ser entrevistado na NBC a CBS, e disse,
entre outras coisas:
1. Ele é o líder de facto do
partido.
2. Ele mereceu essa designação
por massival vantagem eleitoral.
3. O partido republicano é uma
tenda muito grande, cujas diferentes sensibilidades, moderadas, centristas e
conservadoras tem lugar.
4. Apesar de apreciar o
possível apoio do Speaker, este não é fundamental para a sua vitoria em
Novembro…
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