A aceitação total de Trump pelo partido e movimento
conservador nunca se afigurou fácil ou
mesmo exequível, não tendo o candidato nomeado problemas em
o admitir.
Inicialmente olhada com desconfiança e desprezo, a campanha do Trumpinator ”
foi vista depois como uma piada, distracção,
fenómeno efémero ou, finalmente, como um voto de protesto de
alguns sectores mais desalinhados da população, que seria a tempo
incorporada na campanha do eventual vencedor
(de preferência, Jeb Bush ou Marco Rubio).
Ora, acontece que, como
na eleição de Ronald Reagan em 1980, os
eleitores não seguiram a escolha das “elites” partidárias e,
agora, terão de ser estas a adaptar-se à vontade
popular.
Tal, à partida, seria uma escolha óbvia, como ditam os factos e o bom
senso.
Senão vejamos:
a. Donald Trump, superando todas as expectativas,
bateu claramente todos os seus 16
(!) adversários primários, no que era considerado o grupo de
candidatos mais capaz e mais forte de sempre, em termos de quantidade,
elegibilidade ou currículo politico.
b. O candidato republicano não só ganhou em termos de
delegados, como, esmagadoramente, em numero de votos,
superando Ted Cruz, o seu adversário mais directo,
em praticamente 4 milhões de votos.
c. Mesmo com a concorrência inusitada de
16 adversários , Donald Trump irá ser o nomeado
republicano mais votado da história das primárias republicanas; o candidato
venceu em todos os grupos etários, com eleitores ricos e pobres, com e
sem grau universitário, evangélicos e liberais,
e, também, em estados de todas as regiões dos EUA.
d. Donald Trump tem os apoiantes mais fiéis de
que há memoria. Mesmo as candidaturas
de Reagan ou Barry Goldwater (para relembrar os
candidatos republicanos com fãs mais fiéis nos últimos 50
anos), não tiveram o mesmo nível de apoio e intensidade
de apoio, como demonstram as exit polls ou os estadios que Trump
enche por onde quer que discurse. Ainda mais importante, é também o
candidato com mais apoio entre independentes, eleitores democratas e
eleitores que nunca votaram.
e. Trump é o nomeado republicano porque seguiu o
processo democrático eleitoral acordado
pelo próprio partido. Mais, Donald Trump , como
todos os candidatos,compremeteu-se por escrito a apoiar o vencedor das
primárias, qualquer que este seja.
f. Como em todos os ciclos eleitorais, após renhidas e duras
primárias, em que diferenças politicas
e questões de carácter são debatidas ate se
encontrar vencedor, as campanhas perdedoras unem-se em torno do vencedor,
com vista bater o inimigo maior: o candidato do Partido Democrata. Depois
de 8 anos de um dos piores presidentes da historia, o candidato democrata
é HillaryClinton , o que significa um continuar de muitas
politicas iniciadas pela Administração Obama que acentuaram os
processes da actual decadência social, económica, militar
cultural: nomeação de juízes activistas para o Supremo
Tribunal de Justiça, continuação de politica
de open borders e aumento da imigração ilegal
ou continuação de politica de apaziguamento com os inimigos
externos e extremismo islâmico, para citar alguns exemplos.

Ora, um conjunto de figuras proeminentes de certos meios
intelectuais e políticos dentro do GOP continuam
contra Trump: ao contrário do povo americano que
elegeu Trump, não o apoiam publicamente; outros dizem que
nunca votarão nele, posto
que votarão em Hillary Clinton ou num
terceiro candidato contra Hillary e Trump .
Quem são estas figuras e o que os motiva nesta senda odiosa
contra o candidato do seu partido de sempre?
Para simplificar, veremos as
3 principais razoes dadas para não votar em Trump dadas
pelos seus mais mediáticos representantes:
1. Os que afirmam que Trump não e um
conservador: Speaker Paul Ryan,
Governador Mitt Romney, Senador Ben Sasse, Glen
Beck (Blaze), Erick Erickson (RedState ) Karl Rove e
Ben Shapiro (ex Breitbart).
2. Grupo dos que afirmam que Trump não tem o temperamento
para ser Presidente:
Senador Lindsey Graham , Irmaos Koch,
Charles krauthammer (FoxNews ) e
Governador Jeb Bush .
3. Neoconservadores e
internacionalistas republicanos: Bill Kristol (National Review),
John Podhoretz (New York Post) e Robert Kagan.
Desmontemos as acusações acima lançadas sobre o candidato republicano e as
razoes fundas das mesmas.
1. “Trump não e conservador”:
• Não nos iludamos, Trump não é um candidato conservador “puro”,
ao estilo de um Ted Cruz, que teoricamente (como tudo que Cruz
e...) risca muitos dos pontos de um moderno republicano que se diz
tradicional.
• Trump não é o conservador acima descrito, como não o foram ou são
Mitt Romey, Paul Ryan e a esmagadora dos políticos
republicanos que apoiam expansão dos serviços de saúde públicos
obrigatórios, passagem de orçamentos públicos não balanceados ou o Estado
dar dinheiros públicos a grandes grupos financeiros, como tem sido apanágio
do GOP e da sua elite governativa e intelectual nas ultimas
décadas, apesar de todas as campanhas eleitoras em contrário.
• Trump defende a aplicação da política fronteiriça e de
imigração, o combate ao extremismo terrorista como ameaça à segurança
nacional, defende a Segunda Emenda, acredita numa
política de America First dentro de casa como em
política externa, nomeação de juízes conservadores para o Supremo
Tribunal de Justiça e acabar com Obamacare – haverá mais
conservador que isto?
2. “Trump nao tem o temperamento para ser Presidente”:
• Donald Trump não e um candidato usual de um grande partido: não
fez a sua carreira e fortuna na política, não é um politíco profissional,
com dezenas de consultantes que lhe explicam o que dizer e como falar, não
segue os ditames do politicamente correcto e tem o dom para dizer o que a
maioria pensa: e isso é uma das razoes do seu sucesso!
• Ao contrario de políticos profissionais, Donald Trump teve
grande sucesso na sua vida privada: construiu um império bilionário que
cobre varias industrias e é há décadas uma das figuras mais
reconhecidas nos EUA, empregador de dezenas de milhares de trabalhadores,
autor de inúmeras publicações best-seller, estrela de televisão por direito
próprio e pai de uma família alargada extremamente fiel e apoiante desta
sua nova missão.
• Trump conseguiu chegar ao topo numa das indústrias mais
competitivas do mundo – a da construção em Manhattan – demonstrando durante
toda a sua vida uma tenacidade sem limites, consegue traduzir a sua grande
ambição em grandes projectos de sucesso, com ética de trabalho sem limites
e faz por empregar, manter e liderar fieis trabalhadores e gestores para
pôr os seus planos em prática.
• Toda a vida, Donald Trump teve que lidar e negociar com
competidores muito agressivos no seu ramo, grandes instituições de crédito,
políticos, governadores, senadores e líderes mundiais – com uma taxa de
sucesso invejável, como se vê pelo império que construiu e manteve.
• Parece que hoje em dia ter o “carácter”correcto é ser
politicamente correcto, comedido e ler muito bem discursos, como a maioria
dos políticos modernos, que tornaram a política numa profissão e os
cargos que ocupam num modo de vida e sustento.
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Uma coisa - deva haver algum problema com a formatação deste post (só deste, os outros estão bem), que parte do texto vai para cima das fotografias na coluna direita.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMiguel, tentei ajustar um pouco as margens mas ainda há partes do texto que aparecem fora das margens...
ResponderEliminarO meu conhecimento do blogger ainda e limitado :)
Espero que entretanto já de para ler e, já agora, saber a sua opinião acerca do mesmo.
Um abraço!