Clinton tem estado a testar o seu tom eleitoral para a campanha
de Novembro e parece que vai continuar a apostar no seu maior, e quiçá, único trunfo: a possibilidade de tornar-se a primeira mulher Presidente. Esta opção só ganhou
peso com a confirmação de Donald Trump como virtual nomeado
republicano.
A imprensa e os inimigos políticos de Donald J.
Trump têm interesse na perpetuação da caricatura
dele como desrespeitoso para com o sexo feminino e pretendem que tal desfiguração continue
até Novembro, para que o eleitorado feminino vote em Hillary
em esmagadora maioria.
Primeiro ponto a notar é que Donald Trump nunca demonstrou qualquer animus contra
o sexo feminino . Sendo esta opinião controversa para
muitas pessoas, passo a explicar as razões:
1. Trump contra-ataca todos os que o põe em causa de
igual maneira. Quem poderá esquecer os momentos memoráveis da
campanha em que Donald Trump não teve problemas em
apodar alguns dos seus adversários com variados nomes,
questionando inclusive a sua constituição física e mental? Temos a certeza que “Littl ’ Marco”, “Lying’ Ted ”
ou “Low Energy Bush” ainda não se esqueceram.
2. Donald Trump só se tornou politico há nem
1 ano. Com mais de 40 anos sob as luzes da ribalta, este empresário de extraordinário sucesso
criou uma personagem pública própria e peculiar própria para consume de massas, com vista a aumentar o seu estatuto junto
do grande publico. Durante estas décadas fez milhares de entrevistas
e aparições publicas que não são tradicionais
para um político professional; é extremamente injusto
ir buscar comentários feitos há décadas neste contexto, com vista a atacá-lo, para provar como ele “não respeita mulheres”.
3. O caso mais badalado nesta campanha é a rivalidade
entre Trump e a jornalista da Fox News Megyn Kelly .
A razão para a insatisfação de Trump com a
jornalista é simples: na primeira pergunta do primeiro debate republicano, a
jornalista, numa acção barata para garantir audiências e
se inserir na ribalta, trouxe de volta, fora do contexto, frases ditas
pelo candidato décadas atrás. Julgar Trump por
atacar o mau trabalho da jornalista, para garantir que a
sua campanha não seja julgada por perguntas tendenciosas, é fazer-se de
inocente e não perceber como os media podem facilmente conduzir a opinião publica
e muitas vezes decidir eleições, Mais, acusá-lo de ser sexista por tal, só
porque a jornalista é do sexo feminino,
é o cumulo da ma fé!
4. Vivemos em tempos extremos de luta cultural, em que a esquerda faz avançar
a sua agenda não só no campo politico mas, sobretudo, no
campo cultural. A ditadura do politicamente correcto , a criação de
“safe spaces” nas universidades americanas ou a tentativa de
evitar “micro-agressions” causadas pelo discurso, são só exemplos
de estratégias de domínio do discurso aceitável e
que claramente balanceiam os limitets do discurso para o lado da
esquerda. Neste ambiente, um insulto ou ataque politico a uma pessoa terá
peso maior ou menor, consoante, por exemplo, o alvo do ataque é uma mulher ou homem, respectivamente. Infelizmente, a maior parte
dos actores públicos e fazedores de opinião estão reféns deste jugo discursivo e ,consciente ou inconscientemente ,
contribuem para a sua perpetuação .
Finalmente, temos de entender a razão funda de Hillary usar
e abusar deste tema na campanha, que é o que esta a
acontecer, por muito que ela e os seus acólitos neguem.
Hillary não se pode descolar, por muito desgoste, de Barack Obama e
dos seus 2 mandatos na presidência. Ora, uma campanha para o
terceiro mandato da presidência Obama está muito longe de lhe
garantir a vitoria em Novembro: por um lado, existe o cansaço natural do eleitorado depois de 8 anos de governação de
um partido; por outro, a presidência de Obama é marcada por
grandes controvérsias em áreas de politica externa e interna, que são anátema tanto
para republicanos como para muitos votantes tradicionais democratas.
|
|
|
Sem comentários:
Enviar um comentário