sexta-feira, 6 de maio de 2016

Speaker Paul Ryan ainda não vai apoiar Trump!



Primeiro ponto a salientar, é ver como a campanha de Trump representa a única candidatura no partido republicano que ia contra os interesses instalados em Washington, não só da corrente administração , mas também (e principalmente) do Partido Republicano.

E não nos deixemos enganar que a razão para este ataque interno de que Trump é alvo se resume ao "tom" ou "boas maneiras" do candidato!

                                  

Ha a notar que de há pelo menos 25 anos para cá , o partido republicano se tornou:
1. controlado pelos grandes interesses corporativistas, passando o Partido Democrata a proclamar-se como o partido da "classe media";
2. um instrumento usado pelas forcas globalistas que defendem total liberdade de circulação de pessoas/mercadorias/capitais, deixando para trás a classe média e média/baixa americana (acordo Nafta, deslocalização de industrias e mão-de-obra para países sub desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento , como México e China);
3. apesar de formalmente defender fronteiras seguras, o Partido Republicano tornou-se cúmplice , tanto no poder como na oposição , na não aplicação da actual lei da imigração e extremamente laxativo em medidas repressivas /preventivas para combater esta;
4. principalmente desde Bush 41, deixou de ser um partido de contenção dos gastos públicos e orçamentos balançados (seja despesas em intervenções militares no estrangeiro de objectivo estratégico duvidoso , a gastos internos em programas sociais com resultados financeiros explosivos, seja o No Child LeftBehind ou a ajuda ao crédito que criou a bolha imobiliária que rebentou em 2007), sem tomar medidas concretas para conter a divida publica, que neste momento esta perto de chegar aos 19 biliões de dolares.

Ora bem, Donald Trump demonstrou at é agora que é firmemente contra o estado de coisas acima citado:
1. Donald Trump é contra a deslocalização sem consequencias da industria americana para locais demão-de-obra mais barata, protegendo assim a classe média e média-baixa;
2. Donald Trump defende um sistema de Realpolitik do comércio internacional: sendo teoricamente a favor da livre troca, não é ingénuo ao ponto de pensar que o actual sistema é justo, em que grandes players, como a China, impõem tarifas desproporcionadas aos produtos americanos e que tal é viável a longo prazo.
3. Donald Trump é inquestionavelmente a favor do controlo das fronteiras e combate a imigração ilegal – a construção de um muro na fronteira do México e revisão do estatuto dos ilegais em território nacional são prioridades indespensaveis de um País que quer preserver a sua independência.
4. Donald Trump foi o único candidato republicano que considerou as guerras das administracões Bush no Médio Oriente um erro e que a actual politica geoestratégica e de alianças americana tem de ser revistas, sob o risco de o País entrar em bancarrota definititva.
5. Donal Trump é, sem pejo algum, a favor de uma politica de America First " - os interesses dada nação americana e dos seus cidadãos tem prioridade seja sobre os interesses cleptocráticos /globalistas da elite corporativa americana ou sobre as causas humanitárias/politicamente correctas da esquerda cultural.

Tendo em vista o acima descrito , não é de admirar que o chamado "establishment", de que os Bushs , Romneys e Ryans do Partido estão a soldo, não consigam vir a termos com a vitó
ria claríssima de Donald Trump por esmagadora maioria democrática .

 Curioso relembrar que o mesmo "establishment" que não apoia o candidato eleito, se levantou em armas quando Trump sugeriu no primeiro debate eleitoral que não tinha a certeza que apoiaria o nomeado republicano na eleição geral; obrigando-o mesmo a assinar o famoso ”pledge” em Setembro passado.


Agora é o mesmo "establishment" que se recusa a aceitar o resultado democrático do seu próprio Partido! Fariam isto com outro candidato dos
 17 candidatos que iniciaram as primarias?


Obviamente que não , já que todos os demais, com a possível excepção de Ben Carson , se ajoelhariam perante as exigências ideológicas necessárias para ser um candidato aceite pelo "sistema".

A recusa de Ryan é especialmente gravosa: sendo o máximo representante Republicano no Congresso Americano, líder da convenção a realizar em Cleveland, é seu dever aceitar a eleição de Donal Trump pelos eleitores republicanos e unificar o partido em torno deste candidato.

A guerra fria pelo coração do GOP vai continuar até
à convenção, mas não tenhamos ilusões : apesar da formal união que o partido vai apresentar em Cleveland, Donald Trump pode continuar a contar com inimigos mortais no seio do próprio partido pelo qual for eleito...



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